PREFEITURA MUNICIPAL DE VIANA - ES

A literatura ganhou um novo título cheio de afeto, protagonismo infantil e identidade local. A autora Jenniffer Sales é uma professora da rede municipal de Viana, que acaba de se tornar mestre em educação e transformou em livro as experiências vividas ao lado das crianças do Grupo 3, do CMEI José Chagas, onde atua.

A inspiração para o trabalho surgiu das brincadeiras. “Foi tudo baseado nas experiências reais que tivemos com as crianças. Brincadeiras com elementos da natureza, com materiais não estruturados. Coisas simples, mas que encantam”, conta a professora.

As crianças do Grupo 3 são aquelas entre três e quatro anos, que estão no início da vida escolar, cheias de curiosidade e energia. Por isso, tudo pode se tornar uma porta de entrada para o aprendizado. A autora sempre teve o cuidado de iniciar as atividades com leituras relacionadas ao brincar livre e ao cuidado com o meio ambiente. A partir daí, surgiam as brincadeiras conduzidas pelas próprias crianças. “A gente percebeu que os elementos naturais estão chamando mais atenção do que os brinquedos comprados”, revela.

Mais do que brincar, o livro também valoriza a cidade de Viana. A protagonista da história, a pequena Joana, embarca numa jornada a bordo da Maria Fumaça, um símbolo histórico do município, e passa por pontos turísticos como o Parque Linear, a Rampa do Urubu e o Mirante da Biquinha. Tudo isso misturado às vivências da escola, numa narrativa que desperta o interesse das crianças pela leitura e pela própria cidade.

A escolha do nome da personagem principal é carregada de afeto. Joana é uma homenagem à avó da autora. Descrita como uma mulher cheia de vida e encantamento que, mesmo sem estar no universo da educação, serviu de inspiração.

Além de reforçar a importância de colocar as crianças como protagonistas de suas próprias histórias, o livro também levanta reflexões sobre representatividade. A personagem Joana é uma menina negra de três anos, e essa escolha foi intencional. “A literatura também precisa valorizar as relações éticas e raciais. As crianças se veem na personagem, se reconhecem”, destaca.

Para a professora, concluir o mestrado com uma pesquisa realizada no próprio município, com as turmas com quem trabalha diariamente, teve um sabor especial. “Foi uma alegria muito grande ver as crianças se reconhecendo no livro, identificando as brincadeiras. E ainda mais gratificante foi fazer isso dentro do sistema de ensino que é referência”, finaliza Jenniffer.

 

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Texto: Vitor Matias

Publicado em terça-feira, 24 de junho de 2025

Atualizado em terça-feira, 24 de junho de 2025