O estudo Viana Vacinada será apresentado à representantes Organização Mundial da Saúde (OMS) no próximo dia 10 de fevereiro. Em janeiro, as conclusões do projeto foram mostradas para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), especialistas e formadores de opinião, a Câmara Técnica de Enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A coordenadora do projeto de pesquisa, professora Valéria Valim, termina em fevereiro este roteiro de apresentações para órgãos governamentais e especialistas para apresentar os resultados bem sucedidos da pesquisa que testou, na população adulta da cidade de Viana, a efetividade do uso de meia dose da vacina da AstraZeneca/Fiocruz contra a covid-19.
"A receptividade das instituições tem sido muito boa, não só pelo dado em si (a possibilidade de usar metade da dose da AstraZeneca), mas pela robustez dos resultados. Foi um estudo não só de efetividade, mas com análises de biomarcadores, de resposta humoral e celular. Não só medimos o tamanho da proteção, mas medimos os anticorpos, estudamos as células de defesa. Isso dá uma segurança para a qualidade técnica dos resultados", conclui a coordenadora, gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo.
O estudo foi premiado no Congresso Brasileiro de Infectologia ocorrido em dezembro, em Goiânia.
“Comprovada a efetividade da aplicação da meia dose, as autoridades sanitárias do Brasil e do mundo tem evidência científica para dobarem a capacidade de imunização com a vacina da Fiocruz. Sabemos que, em muitas regiões mais pobres do mundo, o alcance da vacinação tem sido mais limitado. E nos locais com mais acesso ao produto, a oferta de doses de reforço também poderá ser aumentada”, comenta a cientista do Hucam-Ufes, um dos 40 hospitais universitários federais integrantes da Rede Ebserh.
Pesquisador do Viana Vacinada e gerente de Ensino e Pesquisa do Hucam-Ufes, o professor José Geraldo Mill destaca a participação do hospital no enfrentamento à covid-19:
"Desde o início da pandemia da covid-19, o Hucam se mobilizou para desenvolver pesquisas que pudessem encontrar respostas seguras frente às inúmeras dúvidas trazidas por essa nova doença. Hoje temos cadastrados no hucam mais de 20 projetos de pesquisa abordando diversos aspectos da doença, tanto em relação ao diagnóstico, ao tratamento e à prevenção. Em relação à vacina, temos quatro grandes projetos em andamento, sendo o projeto de Viana um deles. Participam do projeto o corpo clínico do Hucam, professores do Centro de Ciências da Saúde, bem como muitos alunos de graduação, mestrado e doutorado. Como doença nova e ainda pouco conhecida, estes estudos constituem campo de formação para novos pesquisadores. O Hucam cumpre assim com sua missão de, não só atender e cuidar das pessoas, mas também formar novos pesquisadores e ampliar o conhecimento sobre a doença".
Resultados
Conforme os testes em voluntários, a meia dose foi capaz de induzir a produção de anticorpos neutralizantes em 99,8% dos participantes, resultado semelhante ao alcançado no esquema com dose padrão.
Em pré-imunes, ou seja, pessoas que já tiveram a doença ou foram vacinadas anteriormente, uma meia dose foi suficiente para induzir altos títulos de anticorpos neutralizantes. “Isso mostra que a meia dose pode ser usada para reforço no esquema vacinal”, informou Valim.
Um dado que impressiona é que no grupo dos que não tiveram covid e nem haviam se vacinado antes, a meia dose foi capaz de induzir resposta mais robusta de biomarcadores de imunização (quimiocinas, citocinas e fatores de crescimento) que a prescrição na bula do produto da AstraZeneca. Nos pré-imunes, a produção desses marcadores foi semelhante nos dois grupos.
Outra conclusão foi a de que a duração dos eventos adversos foi menor na meia dose que na cheia. Em geral, foram leves e em proporção de pessoas semelhante à da prescrição de fábrica.
Vacinação
A vacinação com meia dose em Viana aconteceu no dia 13 de junho e alcançou 20.685 participantes, entre 18 e 49 anos. A segunda etapa de imunização foi no dia 8 de agosto. Do total de vacinados, 558 foram selecionados para serem monitorados com coleta de amostras sanguíneas para avaliação de respostas imune humoral (produção de anticorpos neutralizantes) e celular.
Com a autorização da Conep, o monitoramento científico segue agora com o reforço. Nessa nova etapa, além dos participantes já em seguimento com coletas seriadas de exames de sangue, aqueles que fizeram esquema Pfizer ou Coronavac e que quiserem receber reforço com meia dose, poderão também realizar exames regularmente para acompanhar a intensidade e duração da resposta à vacina.
O projeto Viana Vacinada é coordenado pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam-Ufes), que faz parte da rede Ebserh de hospitais federais, em parceria com a Fiocruz, patrocinado pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) da Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo, com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), do Ministério da Saúde e da Prefeitura Municipal de Viana.
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Texto: Duilo Victor - Unidade de Comunicação do Hucam
Publicado em segunda-feira, 31 de janeiro de 2022
Atualizado em segunda-feira, 31 de janeiro de 2022