Muito procurado pelo valor nutricional, culinária e na medicina, o mel de abelha da espécie Jataí está fazendo muito sucesso entre os apreciadores da iguaria. A abelha Jataí é brasileira e gosta muito de Viana, pois aproveita a riqueza da mata nativa e zona rural do município para a produção, principalmente no período de dezembro a abril. A produção é diferenciada. As abelhas produzem menos mel que as abelhas africanas. A produção é de apenas 8 a 10 litros, por ano. Mas o valor comercial é o que enche os olhos dos apicultores: o mel produzido pelas abelhas sem ferrão é valorizado, podendo chegar a R$ 150,00 o litro, mais do que um grama de outro, cotado a R$ 132.
De acordo com o apicultor Guilherme Cardoso, que já trabalha com a produção do mel das abelhas sem ferrão há quatro anos, a espécie Jataí é muito importante para a preservação da mata nativa e, também, ajuda o produtor rural, pois poliniza as árvores frutíferas. As Jataís são flexíveis e se adaptam facilmente na zona urbana.
Uma das principais características da abelha é que ela é mansa, diferente da abelha africana, que possui ferrão e, quando se sente ameaçada, ataca. O mel da Jataí apresenta cor translucida, é menos calórico, é mais líquido por ter maior quantidade de água na sua composição, e, por ser produzido a partir de florada de frutas, contém frutose, açúcar que pode ser consumido em pequena quantidade, até por diabéticos.
O senhor Guilherme é um defensor das abelhas. Ele afirma que elas ajudam o agricultor. "pois são as responsáveis por fazer o cruzamento de pólen, quando voam de flor em flor, polinizando as flores, contribuindo para a biodiversidade e preservando as espécies que ,como elas, precisam da mata nativa preservada”.
Propriedades
O mel da abelha sem ferrão contém características diferenciadas em relação ao tradicional mel encontrado nos supermercados, de abelhas africanas. Além de ter mais umidade, o que o torna mais aquoso e claro, e menos açúcar, sendo ideal para culinária, conta com propriedades medicinais. Em alguns lugares, chega a ser usado para tratamento de catarata. Ele também conta com mais nutrientes e é adoçado pela frutose, diferente do tradicional, que tem sacarose.
Criação
As meliponas, espécies de abelhas que já nascem sem ferrão, são animais silvestres, naturaius do Brasil e comuns no Estado. Geralmente são menores que as abelhas tradicionais, com ferrão, conhecidas comoa belhas africanas. Por isso e pela falta de um mecanismo de defesa mais eficiente, como o ferrão, muitas espécies de meliponas encontram-se hoje em extinção.
A cultura é incentivada tanto por sua facilidade e segurança, qaunto pela preservação da espécie. Por serem independentes, não precisando de muitos cuidados, como serem alimentadas, a criação é mais fácil e de baixo custo, por dispensar o uso de itens de segurança. Além disso, pode ser feita em qualquer lugar, necessitando apenas de uma "casinha" para a colmeia, geralmente e uma caixa de madeira.
Benefícios
As Meliponas são destaque em polinização, contribuindo para o aumento de frutos, flores e sementes. Em alguns casos, o crescimento da produção agrícola em propriedades que contam com colmeias pode chegar a 30%. Elas também ajudam o meio ambiente. Sua grande capacidade de carregar pólen é essencial para o reflorestamento da mata nativa.
Potencial
A procura pelo mel tem aumentado o ritmo bem maior que sua produção. Por ser um produto raro, exclusivo ao hesmifério sul e de baixa extração, sua valorização é grande. Por isso, seu potencial de exportação é alto. Mas, para isso, precisa de uma nova legislação específica.
(Fonte: Associação de Meliponicultores do Espírito Santo - AME-ES)
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Texto: Andressa Mota
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Publicado em quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Atualizado em quarta-feira, 20 de setembro de 2017