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Para celebrar a cultura literária do cordel, os alunos EMEF Francisco Assis Pereira, em Canaã, realizaram um “Varal Cultural” para resgatar o gênero literário do cordel, que se consolidou no Nordeste.

O objetivo do projeto é fazer com os alunos pratiquem a escrita, a oratória e adquiram conhecimentos sobre culturas populares brasileiras.

A Literatura de Cordel, com sua importância reconhecida neste mês de agosto, quando se comemora o dia do poeta de cordel, é um gênero literário popular, escrito frequentemente de forma rimada, originada de relatos orais e depois impressos em folhetos.

Os jovens talentos vianenses produziram textos excepcionais, que o próprio poeta Leandro Gomes de Barros, precursor do cordel, aplaudiria de pé. Os alunos uniram a cultura, caracterizada nordestina, com momentos que marcaram suas vidas.

As alunas, Kaylane Silva de Souza, de 13 anos, e Andressa Bispo da Silva, de 14, unificaram a literatura do cordel e momentos de bullying vivido por elas. A ideia de juntar os temas surgiu para desabafar, conscientizar e instruir pessoas que praticam tais atos.

“Foi legal conhecer esse gênero. O meu texto não foi só uma história, mas um desabafo. Sofri bullying por muito tempo e sei que não é legal. Aumenta a insegurança dentro de você, não desejo a ninguém e, também, espero que não aconteça de novo”, comentou a aluna Kaylane.

“O meu também foi sobre bullying que, infelizmente, sofri quando era pequena por conta do meu cabelo. Esse texto foi para mostrar que tenho orgulho do meu cabelo. E para mostrar a todos que isso é ruim e machuca pessoas. Torço para que quem já fez se desculpe e se arrependa, e quem nunca fez continue assim”, disse Andressa.

A literatura, em sua essência, conta histórias de forma sucinta, com uma narrativa poética, utilizando rimas e vivências. Considerado um dos destaques na escola, o jovem Marcos Gabriel Rodrigues, 13 anos, do sétimo ano, escreveu um poema magnífico, retratando a origem do cordel e todas suas características.

O professor de português, Helton Carvalho, idealizador do projeto, comentou sobre o enriquecimento textual e cultura que as produções têm passado aos alunos. Crianças que tinham dificuldade na escrita e leitura estão se desenvolvendo muito rápido, melhorando o desempenho escolar consideravelmente.

“O projeto do cordel surgiu da necessidade de trabalhar com os alunos a escrita e a oralidade. É um projeto institucional que já faz parte da escola. Estamos colhendo o resultado, desperta o interesse dos alunos com a escrita e melhora o aprendizado desses alunos também em sala de aula”, comentou o professor.

Helton ressalta que o projeto não vai acabar e que novos temas vão aparecer, a proposta do cordel foi o primeiro passo de um propósito muito maior.

“Criamos para levar o melhor ensino aos alunos. São aproximadamente 100 estudantes participando do programa. Não vamos parar, temos novos temas a serem trabalhado com eles. Além do cordel, existem muitas culturas que pretendemos abordar”, completou o professor.

 

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Texto: Kaio Torres

Publicado em quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Atualizado em quinta-feira, 11 de agosto de 2022