PREFEITURA MUNICIPAL DE VIANA - ES

O som dos tambores, casacas, cuícas e cantos tradicionais do congo contagiaram quem participou do último dia da Feira Sabores da Terra, na praça do Papa, no domingo (20). A centenária Banda de Congo Mãe Petronilha, de Araçatiba, e a Banda Mirim, formada por alunos da rede municipal da comunidade, representaram Viana na área de apresentações culturais da Feira, que reuniu, durante três dias de evento, cerca de 50 mil pessoas.

A tradicional banda, que atualmente conta com quase 30 componentes, levou a alegria por meio da arte do congo. Os jongos (letras das músicas), histórias de vida, agradecimentos a São Benedito, Santa Bárbara e Nossa Senhora da Penha, folclore brasileiro e assuntos variados sobre a natureza contagiaram a todos que levantaram das cadeiras para cantar e dançar junto com o grupo.

Banda de Congo

A Festa de São Benedito e a Caminhada Ecocultural são festividades que fazem parte da história do congo vianenses. Os batuques das bandas soam como agradecimento ao santo São Benedito pelo ano e, na Caminhada, realizada sempre durante as festividades de aniversário da cidade, a banda recepciona os andarilhos que chegam à Igreja Nossa Senhora da Ajuda.

Criado pelos escravos, o congo é um movimento cultural tradicional no município de Viana Conta-se que na época dos grandes fazendeiros, os escravos aproveitavam os barris vazios, colocavam um pedaço de couro e tocavam durante a noite e em datas comemorativas para as mulheres. A banda mais antiga do município é a Mãe Petronilha, primeiramente conhecida como Banda de Congo de Araçatiba, região onde foi fundada há quase 100 anos.

Dona Maria da Conceição Petronilha, uma senhora, nascida em 30 de abril de 1900,  era a parteira de Araçatiba. Ela fez o parto de muitas crianças do bairro, inclusive dos congueiros. E durante muito tempo foi a guardiã dos instrumentos da banda. Por auxiliar os congueiros em toda a organização, Petronilha foi homenageada com o nome da banda.

Jane Coutinho moradora de Araçatiba, canta e toca casaca na Mãe Petronilha. Ela relata que faz o que sua mãe fazia na banda há anos atrás. “Nossa banda é muito familiar, essa tradição é passada de pai para filho. E graças à dona Petronilha, fazemos de tudo hoje para não deixar morrer a história que ela nos deixou”, completou.

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Texto: Geiza Ardiçon
Foto(s): Geiza Ardiçon

Publicado em segunda-feira, 21 de agosto de 2017