Empoderamento, valorização, autoestima e oportunidade de negócio. As tranças são penteados seculares trazidos pelos povos africanos ao Brasil. A cada cruzamento feito pelos fios, a história contada, a beleza do cabelo colocada em evidência, o poder da história negra sendo exaltado e transformado em arte. Mechas se conectam como se fossem um mapa, criando um encontro entre montanhas, cheias de vida e formosura.
Maryhelen Moreira Martins dos Santos é uma vianense que está sempre disposta a trabalhar para crescer e para cuidar da sua família. Servidora pública, auxiliar de refrigeração e estudante de gestão de mídias sociais e trancista, Maryhelen encontrou nos penteados uma fonte de renda extra. Além disso, ela reconheceu a beleza dos fenótipos herdados por milhares de gerações. Do cabelo, a autoestima realçada e seu lugar no mundo encontrado:
“Uma mulher com o cabelo trançado é autoestima elevada na certa. Eu sempre tive cabelo crespo e na infância, passava sempre muita água ou creme para abaixar o volume. No entanto, hoje, trabalhando com a trança, eu sinto um pouco mais de liberdade. Uso meu cabelo black, preso, passar só um reparador e ir para rua, ou só soltar… o nosso cabelo é identidade”, explica a trancista.
Assim como uma mecha se une a outra e toma formas exuberantes e desvenda riquezas ancestrais, os saberes são passados para os mais novos e o orgulho de sua existência fortalecido. Durante a entrevista, por exemplo, a filha de Maryelen, em quem ela fazia uma das tranças que produz, perguntou à mãe se podia ajudar a trançar a próxima cliente. É como o descrito no filme “Black is King”, produzido pela cantora Beyoncé: "nós éramos lindos, antes mesmo que eles soubessem o que significava".
Dos mais variados tipos de tranças existentes, algumas podem ser feitas apenas com o cabelo dos modelos, outras podem ser acompanhadas de cabelos sintéticos ou as famosas laces, podem ser simples - com a junção de três mechas - ou complexas - onde uma trança se embute em outra-, porém, o resultado sempre é o mesmo, a valorização de um traço marte entre pessoas negras. O empoderamento também é visto nas correntes de mulheres negras, Maryhelen conta que tudo que aprendeu veio de cursos realizados com a trancista Nívea Afro Hair, profissional consolidada, que atua em Universal e repassa seu conhecimento a outras mulheres.
“Várias mulheres do meu bairro se capacitaram com ela e hoje tem uma renda própria. É uma mulher negra formando outras mulheres negras, gerando oportunidade e independência para todas. O trabalho com tranças, por exemplo, me ajuda a pagar minha faculdade”, revela Maryhelen.
O dia 30 de agosto tornou-se o dia da Mulher Negra Vianense, criado em 2024 visando celebrar a história e os legados culturais, históricos e sociais dessas mulheres que a cada dia atuam para a construção de uma cidade melhor, para mudar o mundo ao redor, sempre exercendo o orgulho enraizado seus traços, plantado no sangue e florado como um cabelo esvoaçante ao vento e cheio de brilho, como um dia ensolarado.
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Texto: Israel Magioni
Publicado em sábado, 30 de agosto de 2025
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