Duas espécies de abelhas sem ferrão e que estão em perigo de extinção no Espírito Santo tem ganhado espaço para produção na propriedade do seu Guilherme Wilson Cardoso, apicultor em Jucuruaba, área rural de Viana. São elas: a abelha Uruçu-Amarela e a Jataizão (também conhecida como Borá), que tem uma escala menor de produção, mas maior valor de mercado. E é isso que enche os olhos dos apicultores: cada litro do mel pode chegar a R$ 150,00. O valor supera um grama de outro, cotado, atualmente, a R$ 132.
Seu Guilherme, que faz parte da Associação Vianense de Apicultores (Aviapes), já cria a Uruçu-Amarela há dois anos. Com a espécie Jataizão, ou Borá como alguns a conhecem, ele segue em fase de experimento, avaliando seu nível de produção. “Nós, que vivemos na agricultura desde crianças e entendemos um pouco de abelha, sabemos que não é só questão de reflorestar a natureza. A abelha tem que voltar a reproduzir. Por isso, dividimos os enxames para ajudar na reprodução da espécie, tentando multiplicá-las”, explicou o apicultor.
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Produção
A abelha Uruçu-Amarela produz um mel diferenciado e muito procurado para uso medicinal. “É um mel diferente do tradicional, menos doce, mais fino e mais ralo. Ele contém mais frutose, diferente do tradicional, que tem muita sacarose. Por ser mais saudável, ele é bem procurado para uso medicinal”, afirmou Guilherme.
As espécies de abelha sem ferrão produzem menos mel que as com ferrão. Enquanto a produção da abelha africana, por exemplo, é de 40 a 50 litros por colmeia durante o ano, a de Uruçu-Amarela é de dois a três litros. O valor, no entanto, compensa. Cada litro de mel dela pode chegar a R$ 150.
Segundo o apicultor, a produção com a abelha Jataizão ainda não começou porque trata-se de uma abelha mais agressiva, que exige mais cuidados.
Abelha Jataí
Além da Uruçu-Amarela e Jataizão, seu Guilherme tem há mais tempo a produção de mel de outra espécie sem ferrão: a Jataí. Essa espécie é brasileira e gosta muito de Viana, pois aproveita a riqueza da mata nativa e zona rural do município para a produção, principalmente no período de dezembro a abril. A produção é de apenas oito a dez litros, por ano.
De acordo com o apicultor Guilherme Cardoso, que já trabalha com a produção do mel das abelhas sem ferrão há quatro anos, a espécie Jataí, é muito importante para a preservação da mata nativa e, também, ajuda o produtor rural, pois poliniza as árvores frutíferas. As Jataís são flexíveis e se adaptam facilmente na zona urbana.
Uma das principais características da abelha é que ela é mansa, diferente da abelha africana, que possui ferrão e, quando se sente ameaçada, ataca. O mel da Jataí apresenta cor translucida, é menos calórico, é mais líquido por ter maior quantidade de água na sua composição, e, por ser produzido a partir de florada de frutas, contém frutose, açúcar que pode ser consumido em pequena quantidade, até por diabéticos.
O senhor Guilherme é um defensor das abelhas. Ele afirma que elas ajudam o agricultor. "pois são as responsáveis por fazer o cruzamento de pólen, quando voam de flor em flor, polinizando as flores, contribuindo para a biodiversidade e preservando as espécies que , como elas, precisam da mata nativa preservada”.
Criação
As meliponas, espécies de abelhas que já nascem sem ferrão, são animais silvestres, naturais do Brasil e comuns no Estado. Geralmente são menores que as abelhas tradicionais com ferrão, conhecidas como abelhas africanas. Por isso e, pela falta de um mecanismo de defesa mais eficiente, como o ferrão, muitas espécies de meliponas se encontram, hoje, em extinção.
A cultura é incentivada tanto por sua facilidade e segurança, quanto pela preservação da espécie. Por serem independentes, não precisando de muitos cuidados, como serem alimentadas, a criação é mais fácil e de baixo custo, por dispensar o uso de itens de segurança. Além disso, pode ser feita em qualquer lugar, necessitando apenas de uma "casinha" para a colmeia, geralmente e uma caixa de madeira.
Benefícios
As meliponas são destaque em polinização, contribuindo para o aumento de frutos, flores e sementes. Em alguns casos, o crescimento da produção agrícola em propriedades que contam com colmeias pode chegar a 30%. Elas também ajudam o meio ambiente. Sua grande capacidade de carregar pólen é essencial para o reflorestamento da mata nativa.
Potencial
A procura pelo mel tem aumentado o ritmo bem maior que sua produção. Por ser um produto raro, exclusivo ao hesmifério sul e de baixa extração, sua valorização é grande. Por isso, seu potencial de exportação é alto. Mas, para isso, precisa de uma nova legislação específica.
(Fonte: Associação de Meliponicultores do Espírito Santo - AME-ES)
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Texto: Naiara Gomes
Foto(s): Arquivo
Publicado em quarta-feira, 07 de fevereiro de 2018
Atualizado em quarta-feira, 07 de fevereiro de 2018